sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Vida, Morte, Vida

                                                         


A vida é tão bela... interessante...sábia... e dinâmica!
Sou apaixonada por ela... em todas as suas formas, todas as expressões!
Ela é tão forte e vitoriosa que enganam-se os que pensam que após o decesso físico ela termina, pois aí é que começa nova fase - mais vibrante, mais intensa, muito mais real.
Vivemos no mundo sensível, como dizia Platão... um mundo onde só percebemos e compreendemos aquilo que podemos ver, tocar, ouvir... aquilo que nos sensibiliza através dos nossos pobres sentidos, um mundo de aparências... Após a morte do corpo viveremos no  mundo das idéias, no mundo das causas, num espaço-tempo diferente, onde a alma liberta se desnuda, onde se vê além da aparência... a essência!
Há tanta gente que teme a morte apenas por que não conseguem entender que ela simboliza somente um ciclo que acaba, para iniciar outro ainda melhor - e nesse sentido não há morte, apenas passagem.
Morre a lagarta para surgir a borboleta.
Morre o trigo para fazer-se pão.
Morre o corpo material para ressurgir o corpo espiritual... como afirma Paulo de Tarso na belíssima epístola aos Coríntios, "o corpo que é semeado é perecível e ressuscita imperecível"!
Sou espírita e gosto muito da maneira como nomeamos a morte: "desencarnação", por que, na realidade, morrer é tão somente desencarnar - sair da matéria e seguir livre a viagem interminável de ascensão.
Não negamos a saudade que fica, o sofrimento de não privarmos mais da companhia daqueles aos quais amamos e que nos antecederam nessa grande "viagem"...  a saudade existe, é real e doída, mas a certeza da continuação da vida e do reencontro futuro enxuga-nos as lágrimas e conforta-nos muito.
O estudo da Doutrina Espírita, as experiências que a vida me proporcionou, a certeza da continuação da vida, as oportunidades abençoadas de estar com entes queridos (sim, estar com eles!) mesmo após a sua passagem, fizeram-me entender que a vida é perene, vitoriosa, linda!
Já vi mãe chorar se despedindo de um filho (não há dor maior!), já vi filhos no doloroso adeus a seus pais... Vi amigas de uma vida inteira se despedindo... irmãos enterrando irmão... nós espíritas não somos indiferentes à dor causada pelo desencarne... apenas vemos a vida com outros olhos: com o doce olhar da eternidade, E por que sabemos que a existência na Terra é breve passagem, por que compreendemos a nossa natureza espiritual, torna-se mais fácil aceitar o momento final, a nossa "finitude", a impermanência que nos sonda e da qual tantos querem fugir!
Mas se há algo de mais precioso que a Doutrina Espírita trouxe para mim é sem dúvida o entendimento da Terra como abençoada escola... a certeza de que a ela retornaremos, quantas vezes for necessário, até aprendermos todas as lições necessárias para seguirmos viagem!
É assim - pela reencarnação - que vamos nos educando, nos disciplinando, avançando em direção à perfeição relativa para a qual o Pai nos criou... e só olhando o mundo através dessa "lente", compreendendo o "ir e vir" do espírito é que consegui entender a Justiça de Deus!
E por saber disto, por ter comigo esta certeza, digo que não temo a morte que chega para o corpo, mas sim a que chega para a alma: morremos quando deixamos de ter esperança; morremos quando deixamos de sonhar e de acreditar que é possível realizar nossos sonhos... morremos quando deixamos de exercer nossa "humanidade", quando deixamos de amar, de enxergar no outro alguém como nós.
A morte é tão somente uma transformação - a última, talvez a mais importante, já que na vida passamos por muitas "mortes": quando um ciclo se fecha,  uma fase encerra,  quando mudamos tão profundamente a ponto de renascermos... por que somos seres em movimento, que se reconstroem, se reinventam... 
A vida é constante mudança, é alegria, é dança, é fluidez, harmonia... é energia que não cessa nunca!
E o mais importante a refletir neste dia: morrer é também voltar pra casa... uma volta que tem dia e hora certos, uma "viagem" que todos faremos... é renascer na Pátria Espiritual, é deixar-se levar, abandonar-se sem medo, é entregar-se nas mãos do Pai!
E para os que ainda tem medo do "grand finale" termino com a simplicidade do grande poeta: "Morrer é a curva da estrada. Morrer é apenas não ser visto." (Fernando Pessoa).




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