Esta semana fui convidada pela vida a pensar na transitoriedade das coisas...
Definitivamente estamos só de passagem!
E não sabemos quando seremos "convidados" ao retorno...
E num hospital, onde se assiste a tantas dores, onde se conhece tantas histórias - de vida, de sofrimento, de luta, de superação, de "testemunhos" - fica ainda mais patente a transitoriedade de tudo!
Um dos maiores desafios da vida é termos essa consciência - nada nem ninguém nos pertence!
Temos somente a nós mesmos - nossas experiências, nossas conquistas, nossas dores, alegrias, aprendizados... Da vida só se leva aquilo que ninguém nos pode tirar, aquilo que se incorpora ao nosso patrimônio intelectual, afetivo, espiritual... só levamos aquilo que não podemos comprar!!!
E para os que argumentam dizendo que "dinheiro não traz felicidade mas manda comprar" é importante lembrar que: o dinheiro paga uma excelente escola - mas não compra o aprendizado; o dinheiro paga um excelente plano de saúde, financia os melhores tratamentos - mas não há como comprar saúde! O dinheiro compra as melhores roupas, paga tratamentos de beleza, mas não há como adquirir elegância, bom gosto, educação! Enfim... entre o que se pode adquirir e aquilo que é conquista intransferível do espírito vai uma grande distância!
Estamos todos no mesmo barco - outra reflexão que se faz num momento de dor, por que esta atinge a todos, indistintamente - somos aprendizes da mesma escola, alguns com mais interesse nas lições, mais vontade de aprender, e outros que ainda pensam que podem "matar aula", "colar" nas provas, sem consciência de que na escola da vida isso não é possível...
Estamos a caminho com as pessoas que nos cercam - parentes, amigos, colegas de trabalho, companheiros da mesma escola religiosa - estamos todos juntos por alguma razão! O mais bonito é perceber que todas as nossas relações vão formando uma enorme "teia" e é nela que encontramos o suporte necessário, os desafios a serem vencidos, as lições a serem aprendidas... todos temos algo a aprender e a ensinar!
E pensando na transitoriedade de tudo (coisas, pessoas, situações), lembremos de treinar o desapego, por que nada nos pertence... e ao refletirmos sobre isso veremos também o quanto tudo é fugaz : alegrias e tristezas, diferenças, mágoas, decepções... tudo fica tão pequeno quando visto de cima! Nos desgastamos tanto por bagatelas, nos preocupamos por coisas tão pequenas!
A vida é um presente maravilhoso... e esta sim não é transitória, por que na matéria ou fora dela, continua sempre!
Ah... que vontade de ser feliz! De curtir a vida, cada momento, cada oportunidade (mesmo as que sejam convites à reflexões dolorosas), cada nascer do sol, cada noite estrelada... poder viver plenamente, ciente da oportunidade maravilhosa que tenho!
E quando vierem as dificuldades, as dores, os testes, que eu possa lembrar que tudo é transitório, que um dia todas as dores terminam... e sorrir confiante, por que a despeito da fugacidade de tudo, a vida é uma festa que jamais termina!