quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Tempo Novo!

                                               


“Tempo  tempo  tempo,
vou te fazer um pedido,
Tempo  tempo  tempo...”

Mais um ano se passou...
Viramos de novo a folha do calendário... dezembro acabando e novo ano chegando!
Renovam-se as esperanças, refazem-se as promessas
Novas  expectativas,  novos projetos...
E então nos damos conta de que nem conseguimos realizar os projetos do  ano que passou...
O tempo é um bem tão precioso!
Como diz Caetano:  “compositor de destinos, tambor de todos os ritmos...”
Não há nada mais curativo, mais desejado e festejado...
Fico imaginando como seria perguntar a quem está de partida para o Mundo Maior o que faria se tivesse um pouco mais de tempo por aqui... mais um mês, mais uma semana... um dia que fosse!
Como seria perguntar a quem tem corrido na vida, absorvido pelo trabalho, por compromissos, preocupações, o que faria se ganhasse algum tempo só para si... para fazer o que quisesse, sem estresse, sem correria... o que faria?
Fico imaginando a resposta que daria quem está no hospital, em quadros difíceis, imobilizados, sem a possibilidade de ir e vir, se perguntássemos o que faria se tivesse um pouco mais de tempo em companhia da saúde... onde gostaria de ir e o que gostaria de fazer se tivesse mais um tempo antes que a doença lhe aprisionasse?
O tempo é uma dádiva!
Como aproveitá-lo bem é um grande desafio por que nos distraímos, pegamos atalhos,  nos afastamos das metas... por que nos deixamos levar pelo acessório e perdemos de vista o principal!
Mais um Natal se passou e ainda não conseguimos nos transformar de tal forma a lidar com esta data sem nenhuma “comercialização”...
Mais um ano se aproxima, e ainda não conseguimos atingir as metas do ano que termina!
Sobretudo ainda não conseguimos realizar em nós as mudanças que sabemos ser importantes, mas que por teimosia ou acomodação não as implantamos e ficamos presos a condicionamentos passados.
Mas como o tempo é imperativo, ele passa e nos traz surpresas...
E um dia ele nos “empurra” pra frente, queiramos ou não!
Ele vem e gira sua “roda”... e vira nossa vida do avesso de um dia para o outro, e muda as circunstâncias, e sua passagem nos faz amadurecer.
Há coisas que só entendemos e enxergamos com a maturidade... com ela, além de algumas rugas e fios brancos vem também uma maior compreensão do outro, um novo entendimento da vida e da sua dinâmica... mas isso não acontece com todos – lamentavelmente há alguns que “brigam” com o tempo e saem perdendo o que ele pode trazer de melhor!
Hoje quando me preparo para festejar mais um “ano novo” penso na passagem do tempo... no que se foi e no que virá.
E agradeço à Deus, agradeço à Vida, por que esse novo tempo que virá trará para todos nós que já despertamos a possibilidade de correr atrás dos nossos sonhos...
Serão mais 365 dias de possibilidades novas, de fazer diferente, de pensar diferente, de nos transformarmos!
E para aqueles que ainda não “despertaram”... serão também novas possibilidades de acordar para a vida, que é maravilhosa, que é bela e  que é presente de Deus para cada uma de suas criaturas...
Que venha o novo ano e com ele um novo tempo! Que seja tempo de amar e sorrir, de secar o pranto e esquecer as mágoas, de recontruir e plantar novas sementes, de cultivar a paz e apertar os laços do amor e da fraternidade... que seja tempo de viver melhor!

“De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo”...



sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Vida, Morte, Vida

                                                         


A vida é tão bela... interessante...sábia... e dinâmica!
Sou apaixonada por ela... em todas as suas formas, todas as expressões!
Ela é tão forte e vitoriosa que enganam-se os que pensam que após o decesso físico ela termina, pois aí é que começa nova fase - mais vibrante, mais intensa, muito mais real.
Vivemos no mundo sensível, como dizia Platão... um mundo onde só percebemos e compreendemos aquilo que podemos ver, tocar, ouvir... aquilo que nos sensibiliza através dos nossos pobres sentidos, um mundo de aparências... Após a morte do corpo viveremos no  mundo das idéias, no mundo das causas, num espaço-tempo diferente, onde a alma liberta se desnuda, onde se vê além da aparência... a essência!
Há tanta gente que teme a morte apenas por que não conseguem entender que ela simboliza somente um ciclo que acaba, para iniciar outro ainda melhor - e nesse sentido não há morte, apenas passagem.
Morre a lagarta para surgir a borboleta.
Morre o trigo para fazer-se pão.
Morre o corpo material para ressurgir o corpo espiritual... como afirma Paulo de Tarso na belíssima epístola aos Coríntios, "o corpo que é semeado é perecível e ressuscita imperecível"!
Sou espírita e gosto muito da maneira como nomeamos a morte: "desencarnação", por que, na realidade, morrer é tão somente desencarnar - sair da matéria e seguir livre a viagem interminável de ascensão.
Não negamos a saudade que fica, o sofrimento de não privarmos mais da companhia daqueles aos quais amamos e que nos antecederam nessa grande "viagem"...  a saudade existe, é real e doída, mas a certeza da continuação da vida e do reencontro futuro enxuga-nos as lágrimas e conforta-nos muito.
O estudo da Doutrina Espírita, as experiências que a vida me proporcionou, a certeza da continuação da vida, as oportunidades abençoadas de estar com entes queridos (sim, estar com eles!) mesmo após a sua passagem, fizeram-me entender que a vida é perene, vitoriosa, linda!
Já vi mãe chorar se despedindo de um filho (não há dor maior!), já vi filhos no doloroso adeus a seus pais... Vi amigas de uma vida inteira se despedindo... irmãos enterrando irmão... nós espíritas não somos indiferentes à dor causada pelo desencarne... apenas vemos a vida com outros olhos: com o doce olhar da eternidade, E por que sabemos que a existência na Terra é breve passagem, por que compreendemos a nossa natureza espiritual, torna-se mais fácil aceitar o momento final, a nossa "finitude", a impermanência que nos sonda e da qual tantos querem fugir!
Mas se há algo de mais precioso que a Doutrina Espírita trouxe para mim é sem dúvida o entendimento da Terra como abençoada escola... a certeza de que a ela retornaremos, quantas vezes for necessário, até aprendermos todas as lições necessárias para seguirmos viagem!
É assim - pela reencarnação - que vamos nos educando, nos disciplinando, avançando em direção à perfeição relativa para a qual o Pai nos criou... e só olhando o mundo através dessa "lente", compreendendo o "ir e vir" do espírito é que consegui entender a Justiça de Deus!
E por saber disto, por ter comigo esta certeza, digo que não temo a morte que chega para o corpo, mas sim a que chega para a alma: morremos quando deixamos de ter esperança; morremos quando deixamos de sonhar e de acreditar que é possível realizar nossos sonhos... morremos quando deixamos de exercer nossa "humanidade", quando deixamos de amar, de enxergar no outro alguém como nós.
A morte é tão somente uma transformação - a última, talvez a mais importante, já que na vida passamos por muitas "mortes": quando um ciclo se fecha,  uma fase encerra,  quando mudamos tão profundamente a ponto de renascermos... por que somos seres em movimento, que se reconstroem, se reinventam... 
A vida é constante mudança, é alegria, é dança, é fluidez, harmonia... é energia que não cessa nunca!
E o mais importante a refletir neste dia: morrer é também voltar pra casa... uma volta que tem dia e hora certos, uma "viagem" que todos faremos... é renascer na Pátria Espiritual, é deixar-se levar, abandonar-se sem medo, é entregar-se nas mãos do Pai!
E para os que ainda tem medo do "grand finale" termino com a simplicidade do grande poeta: "Morrer é a curva da estrada. Morrer é apenas não ser visto." (Fernando Pessoa).




domingo, 20 de outubro de 2013

Gratidão


Tenho pedido a Deus que me fortaleça para que eu colha as rosas tendo toda a paciência com os espinhos... que eles não me firam e que eu saiba lidar com eles, entendendo que fazem parte da natureza da rosa, que tem um papel a cumprir.
Tenho pedido a Deus que me faça paciente para saber aguardar a concretização dos meus anseios mais profundos, que eu saiba esperar com alegria, com gratidão e sem amargor...
Tenho implorado ao Pai a sua Misericórdia Infinita... por que sei que o mal que nos atinge é na proporção exata da lição que precisamos aprender, que o nosso espírito rebelde outrora ensejou as situações difíceis de agora...
Tenho pedido à Ele que eu permaneça na alegria, mesmo carregando tantas dores!
Que eu permaneça na fé, mesmo assistindo a vitória aparente da iniquidade...
Que eu tenha a esperança renovada, mesmo quando a vida pareça me dizer não.
Que eu seja capaz de estender a mão, de perdoar e compreender àqueles que não me entendem, com os quais não me afinizo, aqueles que mesmo sem saber me prejudicam, que são em minha vida um exercício de tolerância...
Peço ao Pai que eu seja capaz de realizar todos os dias o exercício do desapego - em relação a tudo e a todos - por que certo é que vim só para esta jornada e, embora tenha ao meu lado muitos amores, a vida é um processo de construção, um "fazer-se" que se realiza só... e ao final da jornada nada material nos terá de fato pertencido.
Ah... quantos exercícios, quantos aprendizados a fazer!
Quero colher as rosas e inebriar-me com a beleza, com o perfume, sem que os espinhos tirem-lhes o encanto... quero sobretudo trazer sempre comigo o sentimento precioso de GRATIDÃO - ser grata à vida por tudo:  pelas rosas e pelos espinhos; pelos amigos e pelos não tão amigos... pelas alegrias e dores, pelas conquistas e fracassos... por que cada experiência é enriquecedora, por que tudo traz consigo uma lição...

E entendo assim essa dinâmica perfeita, quero cantar a cada dia, cada manhã: "GRACIAS A LA VIDA, QUE ME HÁ DADO TANTO!"


terça-feira, 15 de outubro de 2013

Metamorfoses

                               



A vida é uma metamorfose constante... somos convidados por ela a experimentar tantas transformações!
Quantos ciclos se fecham, simbolizando verdadeira morte... e resultam num crescimento tão grande?
Muitas vezes quando nos encontramos numa "zona de conforto" a vida vem e nos empurra... não pergunta se queremos sair do lugar - simplesmente nos impulsiona compulsoriamente!
Descobri que nesses momentos o melhor a fazer é ser uma folha ao vento... deixar-se levar, sem criar resistências, por que a dinâmica da vida é perfeita e se resistimos dificultamos as coisas.
Temos excelente capacidade de adaptação... somos seres racionais, criativos e cabe-nos utilizarmos esses potenciais para nos moldarmos às novas situações, para nos modificarmos,  nos reinventarmos... enfim,  para "dançarmos conforme a música"!
Como diz a sabedoria popular, quando a gente pensa que sabe todas  as respostas  vem  a vida  e muda todas as perguntas...
E como é bom ter perguntas novas a responder! Desafios novos a vencer!
Novos aprendizados, novas paisagens pela janela desse trem...
Descobri que quando aceitamos as mudanças - simplesmente A C E I T A M O S - sem teorizar, sem querer entender ou compreender a lógica, tudo fica tão mais fácil!
Há alguns anos atrás eu mudei de casa... saí de uma casa que foi meu lar desde os onze anos de idade... onde casei, tive filhos, enfim, foram mais de trinta anos naquele endereço, naquele espaço!  E descobri que ao chegar na nova casa, ao arrumar ali meus móveis, minhas coisas, ao dormir ali com meus filhos, ter meus cachorros no quintal, minhas flores no jardim, aquela era a minha casa, o meu lar! Sem saudosismo, sem lamentações... descobri que o novo era muito melhor que o antigo!
Semana passada mudei de setor no trabalho... não queria, mas tive que mudar. Amava o meu antigo setor, as pessoas que lá trabalhavam... mas veio a vida e disse: caminha! E tem sido uma descoberta maravilhosa!
Novo ambiente, novos colegas (futuros amigos)... novos desafios, um outro trabalho a realizar, uma nova perspectiva!
Descobri também por experiência própria o quão difícil é quando não aceitamos a mudança, quando nos recusamos a caminhar, quando revisitamos o passado de forma dolorosa... quando meu casamento terminou eu simplesmente não conseguia aceitar ou mesmo acreditar... não conseguia enxergar o quanto a relação já estava doente e muito menos quantos ganhos isso me traria!
Foram anos de luta com a realidade, tentando negá-la como se  fosse possível...
Anos de angústia, sofrimento, depressão... até que fiz as pazes com a vida e reconheci que sua dinâmica é perfeita e parei de lutar. Tirei a venda dos olhos. Olhei e vi.  É isso e não há nada que eu possa fazer para mudar! Foi uma morte difícil, dolorosa demais - a morte de um sonho, de um projeto de vida, de um amor que se reputava eterno mas que de repente o outro não sentia mais, não queria mais, não podia mais... e eu segui amando sozinha e sofrendo muito - sofria por que não aceitava. Quando aceitei passou a doer menos e cada vez menos... até ficar curada.
Ah... a vida! Quão maravilhosa ela é!
Quando vamos entender que a morte faz parte da vida?
E que ela é muito mais que a degenerescência das células, que o afrouxar dos laços que ligam nosso espírito ao nosso corpo?
Morremos quando deixamos de amar.
Morremos quando abandonamos os sonhos e nos tornamos pessoas amargas...
Morremos quando desistimos de viver, quando perdemos o tesão pela vida, quando perdemos a capacidade de rir, de nos emocionar, nos surpreender.
Experienciamos a morte sempre que um ciclo se fecha, quando um acontecimento repentino leva-nos a uma mudança totalmente inesperada...
Bendita vida que nos impulsiona adiante, que nos faz vivenciar as perdas para nos ensinar que nada nem ninguém nos pertence, que tudo é fugaz... que nos ensina a nos readaptarmos e que nos faz mais fortes quando aprendemos a lidar com tudo isto...
Como diz o poeta: "É a vida, é bonita e é bonita!"






domingo, 25 de agosto de 2013

Dançando a vida!

                                                                                     

                                                                         
Este final de semana vivi uma experiência maravilhosa, especial, única: uma maratona de biodança!
Dois dias num lugar afastado, próprio à reflexão, onde a proposta era vivenciar a biodança... por que ela é não é "uma dança", como pensam alguns... e é  mais do que uma terapia, mais que uma proposta para o auto conhecimento... ela é uma filosofia, um modo de viver e de olhar o mundo que, se bem aplicado, ajuda-nos a sermos felizes, a desatarmos os nós, a vivermos a vida com toda a graça e beleza com que ela merece ser vivida!
Num lugar lindo, afastado da cidade, do burburinho, da correria, de todo e qualquer stress... um lugar perfeito para se fazer uma conexão com Deus! Ou como propõe a biodança: uma conexão comigo, com o outro e com o Universo... mas como sei que Deus está em mim, está no outro e no Universo... eu vivi uma conexão com Deus!
E quantas respostas Ele me deu! Quantos encontros maravilhosos... quantos olhares, quantas experiências diferentes, quanta integração, acolhimento, histórias de vida, dores, valores... quanto amor!
Foi um encontro real e verdadeiro com o outro... um encontro que a vida que levamos repleta de compromissos, de buscas pelo supérfluo que julgamos necessário, pela perfeição que julgamos poder atingir, pelas coisas do mundo tão efêmeras, nos impossibilita cada vez mais de realizar.
Um encontro no qual você não "olha" o outro... você o enxerga! Você vê além da aparência... vê a bela geografia que se esconde dentro de cada um... vales de silêncio, rios de amor, abismos de dores, planícies de calma, bosques de alegria... você enxerga toda essa beleza e é convidado a partilhar dela!
A vida é um bem tão precioso!
Como diz Lenine, na sua belíssima música "Paciência": "Enquanto o tempo acelera e pede pressa, eu me recuso, faço hora, vou na valsa...a vida é tão rara!"
Tão rara porque não é possível encontrarmos dois seres iguais, duas paisagens idênticas... cada um de nós é uma jóia rara, em constante lapidação!
Este fim de semana vivi momentos de êxtase, de descoberta, de alegria, de dor... mas sobretudo de ESPERANÇA - esse foi o sentimento com o qual iniciei a maratona e com o qual terminei!
Esperança que é a luz que nos ilumina os passos quando nos encontramos na escuridão... que é  a voz da consciência a nos dizer que tudo dará certo, que é a força que nos move em busca de dias melhores.
Estou em processo de reconstrução... por que a vida é constante mudança e nos convida a mudar, queiramos ou não - e o quanto tenho aprendido, melhorado, renascido a cada encontro de biodança!
Agradeço a Deus que me deu esta oportunidade, que me permitiu trilhar este caminho...
Agradeço a quem me levou à biodança e a realiza com tanto amor, com tanta competência, com tanta paixão que nos emociona e contagia...
Agradeço aos que participaram comigo dessa jornada... tenho-os todos comigo: cada olhar, cada gesto, cada palavra, cada carícia... levarei comigo sempre!
E por que a vida é uma festa que não termina nunca, continuaremos dançando a vida, reverenciando a ela e dizendo, como o poeta Gonazaguinha: "É bom dizer viver, valeu. É bom dizer amar valeu!"
  

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Qual o maior desejo de uma mulher?



                                               
                          
Ouvi uma história interessante, contada por um jovem palestrante, que me impressionou positivamente: tratava-se de uma "fábula" na qual um homem houvera sido preso e o rei propôs devolver-lhe a liberdade caso respondesse corretamente a uma única questão! Trato feito, o rei então faz a seguinte pergunta : "Qual o maior desejo de uma mulher?"
O homem, jovem e inteligente, viu-se em apuros... pediu ao rei que lhe desse uns dias, que lhe permitisse sair a campo para buscar a resposta e o rei, sabendo o quão difícil seria responder àquela questão, concordou.
O jovem saiu pela aldeia perguntando a várias pessoas: "Qual o maior desejo de uma mulher?"
E não teve sucesso, eis que nem mesmo as mulheres às quais perguntou souberam responder...
Foi então informado que próximo à aldeia morava uma bruxa e que ela certamente teria a resposta.
Saiu à procura até que encontrou a casa e ao ver-se diante da bruxa fez-lhe a pergunta... mas o inesperado aconteceu! A bruxa tomou-se de amores por ele e disse que só lhe daria a resposta se ele prometesse que se casaria com ela!  Ele pensou, ponderou... e concluiu que valia a pena casar-se com a bruxa e continuar vivo e então deu sua palavra.  
A bruxa então entregou-lhe a tão esperada resposta: " O MAIOR DESEJO DE TODA MULHER É SER SOBERANA DE SEU PRÓPRIO DESTINO!"
O jovem ficou surpreso diante da inusitada resposta! Correu ao castelo para dá-la ao rei, que também ficou espantado diante da inteligência daquela resposta e libertou o rapaz...
Ele então, por que era um homem de palavra, voltou pelo caminho um tanto triste e preocupado com o compromisso assumido e apresentou-se à bruxa para casar-se com ela.
E qual não foi sua surpresa quando, na noite de núpcias, ele viu surgir diante de si uma verdadeira princesa... uma mulher linda, que em nada lembrava a bruxa!
Ela então contou-lhe que sofria muito com seu triste destino: de dia apresentava-se como bruxa mas à noite transformava-se naquela linda princesa que ao amanhecer dava outra vez lugar à bruxa...
Ele ficou muito surpreso com a revelação... porém sua surpresa maior foi constatar no dia seguinte que sua esposa permanecera como uma linda mulher!
Ao perguntá-la então sobre o que houvera acontecido, ela lhe diz que, como dissera, o maior desejo de uma mulher é ser soberana de seu próprio destino e, naquele momento, ela DECIDIRA que não mais voltaria a ser bruxa!

Interessante esta fábula... me levou a profundas reflexões!
Quantas vezes não sinto coabitar em mim a bruxa e a princesa? rs
Quantas vezes não sinto a luta entre o anjinho e o "diabinho"... tal como vemos nos desenhos animados?
O mais importante é perceber que tenho escolha - ou, como diria He-Man: "Eu tenho a força!"
Essa pequena história ficou "ecoando" em minha mente... eu diria que o maior desejo de todos - homens e mulheres - é serem soberanos de seus destinos!
É tão difícil tomar a rédea da vida nas mãos... nadar contra a maré, resistir aos arrastamentos a que somos levados... de repente quando percebemos somos apenas mais um na grande massa, arrastados pela multidão!
Não é fácil tornar-me soberana de meu próprio destino... mas sem dúvida é o que me fará feliz... perceber um dia que o medo não me aprisiona mais, que as escolhas que faço surgem como respostas ao que solicita a minha mente, meu corpo, meu sentimento...saber me ouvir e me acolher, e simplesmente decidir ser feliz!
Como na fábula, todos podemos escolher entre a bruxa e a princesa... entre o médico e o monstro... basta uma vontade firme, uma cabeça pensante, um coração amante...basta um desejo firme de celebrar a vida, de valorizá-la, vivê-la intensamente!
Talvez eu não consiga ser "princesa" todos os dias...  afinal a impermanência faz parte da vida! Talvez de vez em quando a bruxa apareça para me visitar - e eu não a expulsarei! Ouvirei o que tem a dizer, rirei com ela, convidarei a tomar um chá (bruxas tomam chá? rs) e direi à ela: você faz parte de mim... mas eu sou muito mais!
E com tranquilidade decidirei...

quinta-feira, 20 de junho de 2013

O impacto positivo da morte

                                        



Esta semana fui impactada por uma notícia: a morte de uma pessoa querida...  
Era alguém a quem eu admirava - via-a como uma pessoa vitoriosa, bem sucedida, com uma elegância natural  que é difícil encontrar por aí... não a elegância de uma roupa bem talhada, de um acessório fino - não! Era a elegância das atitudes, do falar, do expressar! Quando a via tinha a impressão de estar diante de alguém que lutou e venceu! E que tinha uma paixão pela vida, uma alegria, uma energia muito boa.
E de repente, não mais que de repente... ela se foi!
É certo que havia alguns problemas de saúde, mas nada que nos fizesse suspeitar que na semana seguinte ela não estaria ali conosco, no grupo a que pertencia e no qual era tão importante!
A vida é tão fugaz...
E nós, que vivemos como se não fossemos morrer, somos "intimados" em alguns momentos a encarar de frente a finitude, a impermanência!
Lido bem com a morte, por que sei que a morte como o fim absoluto não existe - eu não "acredito" nisto: eu SEI!
Sei que a morte não passa de uma passagem para um nível superior de vida e consciência, como escreveu certa vez uma amiga espiritual, ou no dizer do grande Fernando Pessoa, sei que "a morte é a curva da estrada. Morrer é só não ser visto"... então por que fiquei tão impactada?
Para além da saudade que fica, a morte repentina nos remete a outras reflexões... por que nos dá a dimensão de que o imprevisível nos sonda e nos espreita e que pode chegar a qualquer momento - para nós ou para o outro!
"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã"... grande inspiração de Renato Russo, que me vem à mente para expressar o que me povoa a mente nesse momento de reflexão...
Diante do impostergável, do inadiável, do fatalismo da morte que nos leva a atravessar a aduana para o "lado de lá", deveríamos repensar a vida!
Quantas coisas tão pequenas e insignificantes nos irritam, nos desgastam, nos fazem sofrer!
O que elegemos por prioridade?
O que temos feito por nós mesmos, como temos nos cuidado?
Estamos demonstrando todo amor que sentimos? Ou ficamos "guardando" para um depois que pode não chegar?
Fiquei muito impactada! 
Não por que a morte me assuste mas por que percebi que tenho que pegar as rédeas da minha vida nas mãos...
Não dá mais para viver na filosofia do pagode "deixa a vida me levar"!
Não dá mais para ficar na indecisão!
Cada minuto que passa é precioso... e como desperdiçamos as horas!
Quero usar bem o tesouro do tempo. Quero mudar. Metamorfosear.
E ironicamente a morte é a grande metamorfose! É o "grand finale" - o momento de ganhar asas para voar!
Mas há muitas transformações possíveis e necessárias antes do grande desfecho... mudanças que nos farão viver melhor, que nos farão mais alegres, mais sintonizados com a dinâmica da vida... mudanças que podem nos curar!
Quanto mais vivo mais me convenço que a vida é um caminho que se caminha só. Nascemos sós. Vivemos sós e morremos sós.
Os outros são "presentes" de Deus que aliviam nossa solidão - mas não pensam nem sentem por nós! Nem podem nos fazer mudar - esse trabalho é nosso!
"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é"...
Quero vivenciar essa dor... e essa delícia também!
Quero rir dos meus furos, chorar com minhas tristezas, emocionar-me com as pequenas alegrias que a vida me dá... quero dançar na chuva, quero andar descalça, ver o pôr do sol... quero contar as estrelas, me esquentar numa fogueira, cantar com amigos, chorar de rir... quero viver a vida de maneira intensa, sem deixar para amanhã!
Quero descobrir que posso ser só sem ser triste, que o outro pode caminhar muitas léguas comigo e um dia, simplesmente,  não querer mais!
Quero lidar bem com a ingratidão, pelo simples fato de não esperar gratidão alguma!
Quero me sentir capaz de resolver cada problema, encarar os desafios e dizer: eu posso!
Mas quero também perdoar sem dificuldade minhas fragilidades, minhas incoerências, minhas incongruências... por que estou em construção, em constante aprendizado!
Não tenho idéia de como realizar... rs
Sei que é preciso começar e que isto não será "promessa de ano novo".
Quem sabe realizar uma pequenina mudança por vez e quando ela estiver sólida, incorporar outra. Mas quero sentir que estou agindo, mudando, me adaptando ao que não puder modificar... crescendo!
Não quero me sentir à toa na vida esperando a banda passar!
Quero ir com a banda. Quero tocar um instrumento!
E se não puder tocar um instrumento, quero dançar!
E se não for possível dançar, quero caminhar... mas não ficar na janela!
Sei que a vida é um presente maravilhoso de Deus.
E sei também que ela não termina com a morte... mas termina um ciclo, um estágio que deve ser bem aproveitado por nós.
A saudade de quem dobra a curva da estrada fica. Mas fica também sua história, seu exemplo, sua inspiração.
O tempo suaviza.
O tempo que é o grande remédio e também o grande juiz.
A morte  causa um impacto - é fato.
Por mais espiritualizados que sejamos, por mais certeza da continuidade, por mais consciência de que a vida é um ciclo... então, que este seja um impacto positivo, que nos impulsione a viver melhor  e  amar a vida... até o dia de "mudar de fase"!


PS: Tenho certeza da continuidade da vida, por isso sei que um dia essa pessoa querida lerá esta página e sorrirá ao perceber que a sua passagem por aqui e o seu retorno - no tempo certo e aprazado - proporcionou reflexões tão importantes, para mim e estou certa que para outros também...








quarta-feira, 12 de junho de 2013

Enamorada!





Quero enamorar-me pela vida!
Quero sentir o doce encantamento dos apaixonados ao ver um dia de sol, uma flor no jardim, uma criança sorrindo, a chuva caindo...
A vida é tão rica, tão intensa e tão bonita que me pergunto às vezes: “por que estou triste”?  Por que me permito desanimar e chorar,  cansar e desistir, magoar e irritar? Por que me permito adoecer?
Há tanta vida para além dos meus medos, dos fantasmas que criei, dos “bichinhos” que alimento!
Quero enamorar-me  pela vida...
E sentir a doce quietude de quem está em paz consigo, com o outro, com o mundo, com o Universo... sentir a alegria de despertar e pensar em quantas chances me traz o dia que inicia... quero viver intensamente sem me preocupar se o que vivo hoje se repetirá amanhã – hoje é o dia de ser feliz! Amanhã veremos... diz-nos o Mestre que basta a cada dia o seu próprio mal, e uma amiga contou-me que sentiu-se impactada quando leu “quem sofre por antecipação sofre duas vezes!”
A vida é feita de escolhas -  pequenas ou grandes. Às vezes tão pequenas que nem percebemos que estamos escolhendo... nem nos damos conta que uma simples atitude, uma pequena decisão banal pode trazer tantas consequências!
Hoje decidi que escolho a própria vida. Com suas incertezas e belezas, com seus episódios felizes e tristes mas com sua grande sincronia promovendo encontros, regenerando vidas, lecionando o amor, regendo a grande orquestra que vibra com tanta harmonia!
A vida é uma festa que não termina nunca! 
Ora estamos nela como convidados, ora como trabalhadores, ora como organizadores, ora como mero espectadores...
O importante é tirar proveito de cada momento, de cada experiência que nos fará crescer, que nos promoverá para o progresso, para irmos adiante celebrando-a sempre.
Por isso hoje, nesse dia tão lindo em que se comemora os enamorados eu proponho um brinde à vida!





domingo, 7 de abril de 2013

O tempo de Deus e a dinâmica da vida.


                                                               


Há momentos na vida em que desejamos dizer ao tempo que pare...
São momentos tão bons, tão intensamente felizes, que temos medo de estar sonhando!
Porém há outros em que queremos que o relógio “acelere”, que as horas passem rápido para que num piscar de olhos toda a situação esteja resolvida, toda a dor tenha escoado...
Mas a vida tem sua própria dinâmica, e graças a Deus não obedece às nossas vontades.
O importante é ter fé na vida. É saber que ela muda sim – mas sempre para melhor!
O movimento da vida me lembra o mar... marés cheias e vazantes, tempestades e calmarias...
Me lembro especialmente de um momento  em minha vida profissional em que tudo estava tão ruim, tão difícil e conturbado, que eu olhava pela janela da sala em que trabalhava e pensava: “Meu Deus me tira daqui!”... era tão imatura para lidar com as adversidades que não pensava em quais aprendizados aquela situação me convidava a fazer!
Hoje passados muitos anos olho para trás e percebo que o meu “suplício” durou o tempo que tinha que durar, o necessário para eu aprender as lições que devia, e, por que tenho a certeza da reencarnação, o tempo justo para eu “acertar algumas contas”...  percebo, sobretudo, o quanto toda aquela vivência me fez amadurecer, pessoal e profissionalmente, o quanto me tornei melhor, mais confiante!
E assim é em todos os campos da vida... quando nos propomos a fazer o bem, quando conseguimos ouvir dentro de nós a voz da nossa consciência e nos pautarmos por ela, não há como “dar errado”!  
O que você faz a vida te devolve – é da lei!
O difícil é frearmos a nossa ansiedade, a angústia que sentimos por que queremos resolver tudo rápido, à nossa maneira, no nosso tempo, desconhecendo que Deus é o grande Senhor do Tempo! É Ele o autor das Leis sábias e justas que nos regem a existência, que fazem com que cada um receba aquilo que merece, e no momento certo – nem antes, nem depois.
Ao longo da vida tenho conseguido progressos com a minha ansiedade... hoje sei que o tempo de Deus não é o nosso, e que não adianta agir como criança mimada, por que pirraças não funcionam!
Hoje sei que quando oro devo entregar tudo nas mãos do Pai e pedir orientação, sabedoria, para compreender a Sua vontade, os Seus desígnios... Quantas vezes desejamos algo que mais tarde percebemos que não foi  bom para nós... e  o quanto sofremos por algo que nos foi negado ou retirado e que mais adiante, com o correr do tempo, compreendemos os “ganhos” que tivemos apesar das dores sentidas!
Crescer dói – mas tem seus encantos!
Sermos senhores de nós próprios, responsáveis por nossos atos, nossas decisões... não ter quem nos diga “vá por ali” ou  “faça assim que é melhor”  às vezes assusta, mas é justamente nos acertos e desacertos, nos ganhos e nas perdas, no aprendizado conquistado com cada escolha que  iremos crescer cada vez mais, nos sentirmos inteiros, completos, “auto-sustentáveis”.
Temos que aprender a lidar com as marés... sabermos até onde podemos ir, o limite que nos é imposto – se devemos tentar ultrapassá-lo ou não.
Marés cheias e vazantes... ventos fortes e calmaria... vida que segue seu curso com uma dinâmica própria, inteligente, universal.
O tempo é um recurso precioso do qual muitas vezes não nos damos conta, e quanto mais jovens menos percebemos a riqueza que temos em nossas mãos, os infinitos recursos, as inúmeras possibilidades de aproveitá-lo bem...
De repente olhamos para trás e percebemos que ele passou!
Olhamos no espelho e vemos que já não somos a criança que às vezes ainda brinca no quintal de nossa alma, nem o adolescente em conflito descobrindo o mundo... vemos que não somos mais os jovens cheios de sonhos... vemos aparecer os primeiros fios brancos... as primeiras rugas.
Mas o tempo passado nos dá também a dimensão do quanto já avançamos, das conquistas realizadas, dos progressos alcançados – o diploma da graduação, o primeiro emprego, o primeiro amor... o segundo amor... quem sabe o terceiro (rs), a família que formamos, os amigos que fizemos, os lugares que conhecemos, as dores e alegrias que tivemos... momentos bons seguidos de momentos difíceis que finalmente dão passagem a novas alegrias – o ritmo da vida!
Ainda bem que não é possível paralisar o tempo nos momentos bons, por que isto interromperia a dinâmica da vida e nos impediria de vivenciarmos novas conquistas, novas alegrias que certamente virão!
Quando estamos no tempo da dor, no estio, na “entressafra” da vida, às vezes custa-nos crer que a alegria virá... mas quem já viveu alguns anos a mais, quem já chorou e teve suas lágrimas secas pela própria vida e surpreendeu-se com a força  das mudanças que vieram, sabe que ela sempre vem!


"Tudo tem seu tempo determinado e há tempo para todo propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;
tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de edificar;
tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de dançar;
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras;
tempo de abraçar e de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder;
tempo de guardar e tempo de lançar fora; tempo de rasgar e tempo de coser;
tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de odiar;
tempo de guerra, e tempo de paz (...)”
(Eclesiastes, 3:1-8)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Qualquer maneira de amor vale a pena...



Somos seres distintos... a humanidade nos aproxima, mas cada um de nós é um conjunto único de pensamentos, gostos, valores, imperfeições, virtudes - a diferença nos marca a existência... e viva a diversidade da vida!
Que seria do vermelho se todos gostassem do amarelo?
Por que é tão difícil aceitar que diferenças existem e são exatamente elas que nos tornam especiais, que fazem de nós quem somos - uma individualidade única, "peça única" de um grande Criador!
Mas se há algo que nos aproxima, que nos une indistintamente, que nos liga ao "todo", é tão somente o sentimento do AMOR... E todos o vivemos de alguma forma: o amor de pais para filhos, que quando bem vivido, bem compreendido,  é o que mais se aproxima do amor de Deus... o amor de irmãos, de amigos (ah, que delícia que amor de amigo é!), amor conjugal, amor-eros, amor fraterno, amor humanitário, amor por uma idéia, por um ideal...mas com certeza se há algo que nos une acima de todas as diferenças, é o AMOR!
Sonho com o dia em que conseguiremos viver em estado de amor: aceitando as pessoas tal como são, com suas histórias, suas personalidades, seus talentos e imperfeições...
Não compreendo o preconceito, por que rechaçar, julgar, condenar o que é diferente, o que sai do "padrão"... e quem dita o padrão? E qual é o "padrão" senão ter caráter, honestidade, bondade?
Não consigo aceitar como, em pleno século XXI ainda exista tanta homofobia, manifestações públicas contra as uniões homoafetivas, jovens apanhando e sendo rechaçados por serem homossexuais - a relação homoafetiva é também uma relação de amor!
Por que as pessoas se importam tanto com a sexualidade alheia?
Por que não conseguimos ver uns aos outros como pessoas repletas de qualidades e imperfeições, vícios e virtudes, mas sobretudo somos humanos, e esta Humanidade nos identifica, a paternidade Divina nos irmana! O mais triste é vermos movimentos religiosos à frente de manifestações contra os direitos dos homossexuais... "Deus não faz acepção de pessoas".
O valor de um ser não pode ser medido por sua altura, peso, por suas roupas, por sua beleza, sua sexualidade! O que  importa é aquilo que somos! E definitivamente não somos somente seres "sexuais"! Somos um conjunto riquíssimo de sentimentos, idéias, experiências, aptidões e valores que compõem a nossa personalidade!
Martin Luther King disse que sonhava com um mundo em que seu filho seria julgado por sua personalidade, não pela cor de sua pele... este mundo, infelizmente, ainda não chegou. Julga-se pela cor da pele, julga-se pela sexualidade, pela escolaridade, pela classe social, pelo lugar onde se mora... são tantos "rótulos", tantos julgamentos! Há pessoas que parecem andar com uma "máquina etiquetadora"... e se preocupam tanto em observar e julgar o outro que não olham para si mesmas!
Temos que quebrar o preconceito - qualquer um, seja qual for. Preconceito não serve para nada, apenas para nos separar, para nos fazer cometer equívocos, para gerar intolerância, separação, morte.
Acredito em reencarnação... aliás, acredito não é bem o termo: tenho certeza que ela acontece! E sei que o ser em experiência homossexual é alguém que está nesta vida encetando um aprendizado, colhendo frutos de um passado (sem qualquer julgamento), resgatando erros pretéritos como todos nós (cada um sabe onde lhe aperta o sapato!), adquirindo experiências necessárias à sua evolução... E quão triste é assistir o sofrimento, a dor de não ser aceito até mesmo por aqueles que deveriam ser o seu apoio, seu porto seguro... ver pessoas sendo discriminadas em seu ambiente de trabalho, nas escolas e principalmente na própria família por que não são aceitas como são!
Dizem que o homossexualismo hoje "está na moda", que há muito mais homossexuais agora do que há trinta anos atrás - é lógico que isto não passa de observação superficial e conclusão precipitada!
Não é por que uma novela de alcance nacional trate do tema com naturalidade que jovens vão se identificar homossexuais, não é por que hoje há menos preconceito do que há trinta anos que as pessoas vão ser "influenciadas" a tornarem-se homossexuais. Aliás, ninguém se torna homossexual - nasce assim. E muitas vezes a luta pela negação deste fato é árdua e dolorosa...
O que ocorre é que a informação maior que se tem hoje,  as garantias legais, o exemplo de pessoas famosas e de destaque que assumem publicamente essa condição, faz com que muitos homens e mulheres, que já trazem consigo esta tendência, decidam por assumirem-se, por serem quem de fato são - sem máscaras!
Quantos casos não havia no passado de homens e mulheres casados e com filhos mas que levavam um vida dupla? Ou que sofriam depressões e outros distúrbios psicológicos por não poderem ser leais a si mesmos? Ainda hoje quantos "escândalos" não acontecem por que um dos cônjuges surpreende o outro em relações homossexuais (real ou virtualmente...)? Toda essa dor poderia ser evitada se fosse respeitada a natureza íntima de cada um, se as pessoas se olhassem no espelho sem medo, e procurassem se auto-conhecer e sobretudo praticassem a auto-aceitação!
Aceitar-se como é, tendo a certeza de que o Pai não faz distinção de pessoas - Ele nos ama, a TODOS!
O que importa é o amor que espalhamos, é o bem que fazemos, é o quanto crescemos para nos tornarmos pessoas melhores - o que importa é o  CARÁTER, não a sexualidade!
E falando em sexo, o importante é vivê-lo de forma digna, utilizando bem a sua energia, com amor, com respeito, com carinho, sem promiscuidade.  Há casais homoafetivos vivendo relações de amor, respeito, amizade, companheirismo... enquanto há tantas relações ditas "normais" regadas a desrespeito, desamor, infidelidade...
Dia há de chegar em que as pessoas serão respeitadas como são, pelo que são, por aquilo que fazem, que produzem, pelo bem que promovem, e não por sua classe social, cor da pele ou sexualidade...
Para concluir, não posso deixar de transcrever as sábias palavras de Chico Xavier a respeito do tema:
"Não vejo pessoalmente qualquer motivo para criticas destrutivas e sarcasmos incompreensíveis para com nossos irmãos e irmãs portadores de tendências homossexuais, a nosso ver, claramente iguais às tendências heterossexuais que assinalam a maioria das criaturas humanas. Em minhas noções de dignidade do espírito, não consigo entender porque razão esse ou aquele preconceito social impediria certo numero de pessoas de trabalhar e de serem úteis à vida comunitária, unicamente pelo fato de haverem trazido do berço características psicológicas e fisiológicas diferentes da maioria. (...)"

Que o Amor sobreviva a todo preconceito!