domingo, 20 de outubro de 2013

Gratidão


Tenho pedido a Deus que me fortaleça para que eu colha as rosas tendo toda a paciência com os espinhos... que eles não me firam e que eu saiba lidar com eles, entendendo que fazem parte da natureza da rosa, que tem um papel a cumprir.
Tenho pedido a Deus que me faça paciente para saber aguardar a concretização dos meus anseios mais profundos, que eu saiba esperar com alegria, com gratidão e sem amargor...
Tenho implorado ao Pai a sua Misericórdia Infinita... por que sei que o mal que nos atinge é na proporção exata da lição que precisamos aprender, que o nosso espírito rebelde outrora ensejou as situações difíceis de agora...
Tenho pedido à Ele que eu permaneça na alegria, mesmo carregando tantas dores!
Que eu permaneça na fé, mesmo assistindo a vitória aparente da iniquidade...
Que eu tenha a esperança renovada, mesmo quando a vida pareça me dizer não.
Que eu seja capaz de estender a mão, de perdoar e compreender àqueles que não me entendem, com os quais não me afinizo, aqueles que mesmo sem saber me prejudicam, que são em minha vida um exercício de tolerância...
Peço ao Pai que eu seja capaz de realizar todos os dias o exercício do desapego - em relação a tudo e a todos - por que certo é que vim só para esta jornada e, embora tenha ao meu lado muitos amores, a vida é um processo de construção, um "fazer-se" que se realiza só... e ao final da jornada nada material nos terá de fato pertencido.
Ah... quantos exercícios, quantos aprendizados a fazer!
Quero colher as rosas e inebriar-me com a beleza, com o perfume, sem que os espinhos tirem-lhes o encanto... quero sobretudo trazer sempre comigo o sentimento precioso de GRATIDÃO - ser grata à vida por tudo:  pelas rosas e pelos espinhos; pelos amigos e pelos não tão amigos... pelas alegrias e dores, pelas conquistas e fracassos... por que cada experiência é enriquecedora, por que tudo traz consigo uma lição...

E entendo assim essa dinâmica perfeita, quero cantar a cada dia, cada manhã: "GRACIAS A LA VIDA, QUE ME HÁ DADO TANTO!"


terça-feira, 15 de outubro de 2013

Metamorfoses

                               



A vida é uma metamorfose constante... somos convidados por ela a experimentar tantas transformações!
Quantos ciclos se fecham, simbolizando verdadeira morte... e resultam num crescimento tão grande?
Muitas vezes quando nos encontramos numa "zona de conforto" a vida vem e nos empurra... não pergunta se queremos sair do lugar - simplesmente nos impulsiona compulsoriamente!
Descobri que nesses momentos o melhor a fazer é ser uma folha ao vento... deixar-se levar, sem criar resistências, por que a dinâmica da vida é perfeita e se resistimos dificultamos as coisas.
Temos excelente capacidade de adaptação... somos seres racionais, criativos e cabe-nos utilizarmos esses potenciais para nos moldarmos às novas situações, para nos modificarmos,  nos reinventarmos... enfim,  para "dançarmos conforme a música"!
Como diz a sabedoria popular, quando a gente pensa que sabe todas  as respostas  vem  a vida  e muda todas as perguntas...
E como é bom ter perguntas novas a responder! Desafios novos a vencer!
Novos aprendizados, novas paisagens pela janela desse trem...
Descobri que quando aceitamos as mudanças - simplesmente A C E I T A M O S - sem teorizar, sem querer entender ou compreender a lógica, tudo fica tão mais fácil!
Há alguns anos atrás eu mudei de casa... saí de uma casa que foi meu lar desde os onze anos de idade... onde casei, tive filhos, enfim, foram mais de trinta anos naquele endereço, naquele espaço!  E descobri que ao chegar na nova casa, ao arrumar ali meus móveis, minhas coisas, ao dormir ali com meus filhos, ter meus cachorros no quintal, minhas flores no jardim, aquela era a minha casa, o meu lar! Sem saudosismo, sem lamentações... descobri que o novo era muito melhor que o antigo!
Semana passada mudei de setor no trabalho... não queria, mas tive que mudar. Amava o meu antigo setor, as pessoas que lá trabalhavam... mas veio a vida e disse: caminha! E tem sido uma descoberta maravilhosa!
Novo ambiente, novos colegas (futuros amigos)... novos desafios, um outro trabalho a realizar, uma nova perspectiva!
Descobri também por experiência própria o quão difícil é quando não aceitamos a mudança, quando nos recusamos a caminhar, quando revisitamos o passado de forma dolorosa... quando meu casamento terminou eu simplesmente não conseguia aceitar ou mesmo acreditar... não conseguia enxergar o quanto a relação já estava doente e muito menos quantos ganhos isso me traria!
Foram anos de luta com a realidade, tentando negá-la como se  fosse possível...
Anos de angústia, sofrimento, depressão... até que fiz as pazes com a vida e reconheci que sua dinâmica é perfeita e parei de lutar. Tirei a venda dos olhos. Olhei e vi.  É isso e não há nada que eu possa fazer para mudar! Foi uma morte difícil, dolorosa demais - a morte de um sonho, de um projeto de vida, de um amor que se reputava eterno mas que de repente o outro não sentia mais, não queria mais, não podia mais... e eu segui amando sozinha e sofrendo muito - sofria por que não aceitava. Quando aceitei passou a doer menos e cada vez menos... até ficar curada.
Ah... a vida! Quão maravilhosa ela é!
Quando vamos entender que a morte faz parte da vida?
E que ela é muito mais que a degenerescência das células, que o afrouxar dos laços que ligam nosso espírito ao nosso corpo?
Morremos quando deixamos de amar.
Morremos quando abandonamos os sonhos e nos tornamos pessoas amargas...
Morremos quando desistimos de viver, quando perdemos o tesão pela vida, quando perdemos a capacidade de rir, de nos emocionar, nos surpreender.
Experienciamos a morte sempre que um ciclo se fecha, quando um acontecimento repentino leva-nos a uma mudança totalmente inesperada...
Bendita vida que nos impulsiona adiante, que nos faz vivenciar as perdas para nos ensinar que nada nem ninguém nos pertence, que tudo é fugaz... que nos ensina a nos readaptarmos e que nos faz mais fortes quando aprendemos a lidar com tudo isto...
Como diz o poeta: "É a vida, é bonita e é bonita!"