sábado, 22 de dezembro de 2012

O "Amor não amado"...

                                                           
Lembro-me da primeira vez que li esta expressão, o "Amor não amado" numa mensagem psicografada... lembro que não entendi bem este título: como referir-se a Jesus assim, se há tantas pessoas que o amam?
Hoje eu entendo perfeitamente... 
Às vésperas de comemorarmos mais um natal, andando pelas ruas cheias, observando as lojas lotadas, ouvindo conversas e comentários aqui e ali, lembrei-me dessa referência ao Mestre - o Amor não amado!
Ele é o grande aniversariante. Ele deveria receber todas as honras, toda alegria, gratidão, todo o nosso amor! Mas passa quase desapercebido, a não ser por um presépio que se encontra aqui ou ali, enfeitando alguma vitrine...
O Natal se transformou numa grande data comercial, infelizmente.
Poucos pensam no seu  sentido, no seu significado, que vai muito além da mesa farta, das roupas novas, da troca de presentes... Poucos sentem o verdadeiro "clima" do Natal e deixam-se permear por ele em atos de bondade, em momentos de reflexão, de oração, de agradecimento. Eu diria mesmo que poucos convidam o aniversariante para estar em seus lares!
O Natal para mim sempre foi uma época mágica. Não pelos presentes. Não pelas decorações natalinas, tão lindas... mas pelo sentimento que me provoca!
Pensar que há dois milênios nasceu uma estrela fulgurante que se abrigou num berço feito de palha, um príncipe que não era deste mundo, que não iria herdar riquezas, poder temporal nem ter um palácio... mas que iria mudar o mundo, por que era o Príncipe da Paz, era aquele que viria ensinar e exemplificar novos valores, nova visão da vida e de Deus.
Emociona-me pensar no nascimento de Jesus.
Na trajetória de Maria grávida pelo deserto com José, rumo a Belém, para ali cumprir a ordem do recenseamento... no seu nascimento numa gruta humilde, usada para abrigar animais, por que não conseguiram um lugar entre os homens, algum lar que os acolhesse, alguma hospedaria que os acomodasse, pois estavam todas lotadas... 
Os homens estão lotados de preocupações, lotados de afazeres, alguns deles supérfluos que transformamos em necessários... os homens estão correndo muito atrás de conquistas materiais, preocupados com o "aqui e agora" e sem tempo para pensar em Jesus, para buscar no Evangelho a seiva que alimenta o espírito, o roteiro que pode salvar-nos quando toda esta "correria" cessar, independente de nossa vontade... quando formos convocados a um encontro conosco, a uma avaliação do que fizemos desse maravilhoso presente chamado "vida"!
Ah... como eu entendo hoje por que Lhe chamam "Amor não amado"!
Ele veio por que muito nos ama. Encarnou entre os homens, sofreu as constrições de um corpo pesado, de uma atmosfera densa, de energias deletérias, para estar entre nós, para nos ensinar o caminho... Ele veio resgatar-nos da treva para a luz, da tristeza para a alegria, da ignorância para o conhecimento das sábias Leis que nos regem a vida.
Observando as pessoas em suas correrias, nestes dias tão tumultuados, escutei fragmentos de conversas aqui e ali... uma mãe que se queixava por haver dado antecipadamente o presente à sua filha e, agora que o Natal se aproxima, a garota disse que já cansou do brinquedo, que deixou de ser novidade, e pede outro presente... outra mãe que busca desesperada um brinquedo por telefone, em lojas distantes, disposta a pagar mais caro, por que o filho de apenas três anos escolheu aquele brinquedo - não pode ser outro, tem que ser o escolhido - e ela não quer decepcioná-lo e, por isso, está disposta a pagar uma pequena fortuna no boneco que, segundo diz, é importado... ou uma cena numa loja em que a pessoa não sabia se comprava um presente ou dois, por que o presente escolhido era tão baratinho... o que o "presenteado" iria pensar? Meu Deus! Onde a simplicidade que a data pede? Onde o pensamento voltado para o real motivo da comemoração?
Quando meus filhos eram pequenos em todo Natal eu fazia um bolo confeitado, comprava velinha de aniversário e cantávamos parabéns para o menino Jesus... que momentos felizes!
Quando ouvi a mãe dizer que buscava o boneco tão longe e disposta a pagar bem mais caro pois não queria decepcionar o filho e que era capaz de fazer qualquer coisa por ele, tive vontade de me aproximar, de me intrometer na conversa alheia  e dizer-lhe:" leve seu filho até Jesus, apresente-O para ele, conte-lhe a história do Natal, monte junto com ele um presépio, ensine-o a amar Jesus!"  
E apesar de tudo isto, da nossa indiferença, de não termos conseguido aprender-Lhe as lições até hoje, de sermos tão egoístas, tão iludidos com as coisas do mundo - apesar de tudo - Jesus nos ama profundamente! Ele segue velando por nós, amando-nos pacientemente, aguardando o nosso despertar, aguardando para renascer em nossos corações, para transformar as nossas vidas em vidas de paz, de tranquilidade e harmonia.
Ah, Senhor Jesus! Quão grande é o Seu Amor por nós! 
Auxilia-nos em nossas imperfeições, em nosso egoísmo, nossa fragilidade...
Que possamos despertar e abrir a porta para você entrar... permitir que tu nasças na acústica de nossas almas e assim nos modificarmos para viver o Natal em plenitude - não em um dia apenas, mas em todos os dias de nossas vidas!

domingo, 2 de dezembro de 2012

Na reta final...

             

    Mais um ano chega ao fim... mais um na ampulheta do tempo!
    Quantos projetos realizei? Quantos problemas resolvi? Quantas alegrias partilhei?
    Não quero pensar no "menos" e sim no "mais". Não quero colecionar tristezas e sim conquistas!
    É claro que  momentos ruins aconteceram, mas aprendi com a vida a não me fixar neles. Aprendi que às vezes perdemos tanto tempo olhando a porta que se fechou que não conseguimos enxergar a linda paisagem da janela...
   Por isso decidi: nessa reta final, na contagem regressiva para o novo ano eu quero me refugiar num canto silencioso de minh´alma, ficar ali quieta, ouvindo o amor pulsar e me preparando para novas conquistas, novas alegrias, novos aprendizados. 
   Não quero entrar nessa "roda viva" de final de ano... correria de preparativos, presentes, endividamentos desnecessários... não quero nadar seguindo a correnteza... quero ir no sentido contrário!
    Quero me recolher... me preservar, para não me contagiar com o consumismo avassalador de final de ano...
   Quero enfeitar com flores minha casa e ver nela um lar.
    Quero a felicidade de cozinhar para meus filhos.
   Quero ler um bom  livro, beber um bom vinho, ouvir uma música que me alegre o coração!
    Quero encontrar os amigos,ligar para os que estão distantes e dizer-lhes que os amo.
    Quero a doce alegria  de estar em família...
    Por que nessa época do ano nós corremos tanto?    Compra-se roupas novas, móveis novos, faz-se reformas de última hora... parece que queremos mudar o exterior, "ajeitar" por fora,  sem consertar por dentro!
    Por que será que temos a impressão de que o tempo hoje passa mais rápido? Que num abrir e fechar de olhos o ano termina e não temos tempo para fazer nada? Não conseguimos começar aquele curso, realizar a viagem sonhada... não conseguimos levar adiante aquela promessa de ano novo, que se repete há alguns anos...
   Talvez isso ocorra por que não priorizamos as coisas certas... talvez por que nos ocupamos demais com o periférico, com o superficial, sem nos ocuparmos do que é essencial. Por que se ocupar com o essencial dá trabalho. Requer silêncio. Silêncio para ouvir a si próprio. Requer quietude para observar-se, e a vida nos convoca a tantos movimentos, tantas ocupações... há muita coisa para nos "distrair" do foco!
  E assim vamos levando... e os anos vão passando... 
   Até o dia em que somos defrontados por uma urgência: é preciso mudar! Antes que seja tarde demais, antes que não dê mais tempo para ser feliz...
   É muito bom quando isto acontece, quando nos damos conta, despertamos... por que então é possível promover mudanças verdadeiras, sermos nossos próprios aliados na conquista dessa tal felicidade.
   Somos artífices do nosso destino, compositores da nossa canção... então por que desafinamos? Por que muitas vezes nos boicotamos e nos recusamos a enxergar as nossas necessidades reais?
   Não quero mais me atender quando meu corpo já está gritando, quando minha'alma está sedenta de paz, quase desidratada... quero me conhecer melhor, quero perceber o que falta, do que preciso, quero chegar antes... antes dos sintomas, antes que a tristeza se instale, antes que as oportunidades estejam perdidas.
  Quero me apossar do meu destino, segurar as rédeas em minhas mãos e transformá-lo para melhor!
   Quero presentear o Cristo que vive em mim, ainda tão frágil, tão menino, com flores de alegria, com atos de amor, com propósitos de renovação... e se quero, posso!
   Nós somos deuses...assim disse o Mestre.
  Mais um ano que se vai no grande calendário da eternidade...
   Estamos na reta final... que possamos nos preparar para um Natal de paz e de amor, que possamos nos despedir de 2012 agradecidos pelas conquistas e aprendizados... 
  E que estejamos prontos para festejar a chegada do novo em nossas vidas!