sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Qualquer maneira de amor vale a pena...



Somos seres distintos... a humanidade nos aproxima, mas cada um de nós é um conjunto único de pensamentos, gostos, valores, imperfeições, virtudes - a diferença nos marca a existência... e viva a diversidade da vida!
Que seria do vermelho se todos gostassem do amarelo?
Por que é tão difícil aceitar que diferenças existem e são exatamente elas que nos tornam especiais, que fazem de nós quem somos - uma individualidade única, "peça única" de um grande Criador!
Mas se há algo que nos aproxima, que nos une indistintamente, que nos liga ao "todo", é tão somente o sentimento do AMOR... E todos o vivemos de alguma forma: o amor de pais para filhos, que quando bem vivido, bem compreendido,  é o que mais se aproxima do amor de Deus... o amor de irmãos, de amigos (ah, que delícia que amor de amigo é!), amor conjugal, amor-eros, amor fraterno, amor humanitário, amor por uma idéia, por um ideal...mas com certeza se há algo que nos une acima de todas as diferenças, é o AMOR!
Sonho com o dia em que conseguiremos viver em estado de amor: aceitando as pessoas tal como são, com suas histórias, suas personalidades, seus talentos e imperfeições...
Não compreendo o preconceito, por que rechaçar, julgar, condenar o que é diferente, o que sai do "padrão"... e quem dita o padrão? E qual é o "padrão" senão ter caráter, honestidade, bondade?
Não consigo aceitar como, em pleno século XXI ainda exista tanta homofobia, manifestações públicas contra as uniões homoafetivas, jovens apanhando e sendo rechaçados por serem homossexuais - a relação homoafetiva é também uma relação de amor!
Por que as pessoas se importam tanto com a sexualidade alheia?
Por que não conseguimos ver uns aos outros como pessoas repletas de qualidades e imperfeições, vícios e virtudes, mas sobretudo somos humanos, e esta Humanidade nos identifica, a paternidade Divina nos irmana! O mais triste é vermos movimentos religiosos à frente de manifestações contra os direitos dos homossexuais... "Deus não faz acepção de pessoas".
O valor de um ser não pode ser medido por sua altura, peso, por suas roupas, por sua beleza, sua sexualidade! O que  importa é aquilo que somos! E definitivamente não somos somente seres "sexuais"! Somos um conjunto riquíssimo de sentimentos, idéias, experiências, aptidões e valores que compõem a nossa personalidade!
Martin Luther King disse que sonhava com um mundo em que seu filho seria julgado por sua personalidade, não pela cor de sua pele... este mundo, infelizmente, ainda não chegou. Julga-se pela cor da pele, julga-se pela sexualidade, pela escolaridade, pela classe social, pelo lugar onde se mora... são tantos "rótulos", tantos julgamentos! Há pessoas que parecem andar com uma "máquina etiquetadora"... e se preocupam tanto em observar e julgar o outro que não olham para si mesmas!
Temos que quebrar o preconceito - qualquer um, seja qual for. Preconceito não serve para nada, apenas para nos separar, para nos fazer cometer equívocos, para gerar intolerância, separação, morte.
Acredito em reencarnação... aliás, acredito não é bem o termo: tenho certeza que ela acontece! E sei que o ser em experiência homossexual é alguém que está nesta vida encetando um aprendizado, colhendo frutos de um passado (sem qualquer julgamento), resgatando erros pretéritos como todos nós (cada um sabe onde lhe aperta o sapato!), adquirindo experiências necessárias à sua evolução... E quão triste é assistir o sofrimento, a dor de não ser aceito até mesmo por aqueles que deveriam ser o seu apoio, seu porto seguro... ver pessoas sendo discriminadas em seu ambiente de trabalho, nas escolas e principalmente na própria família por que não são aceitas como são!
Dizem que o homossexualismo hoje "está na moda", que há muito mais homossexuais agora do que há trinta anos atrás - é lógico que isto não passa de observação superficial e conclusão precipitada!
Não é por que uma novela de alcance nacional trate do tema com naturalidade que jovens vão se identificar homossexuais, não é por que hoje há menos preconceito do que há trinta anos que as pessoas vão ser "influenciadas" a tornarem-se homossexuais. Aliás, ninguém se torna homossexual - nasce assim. E muitas vezes a luta pela negação deste fato é árdua e dolorosa...
O que ocorre é que a informação maior que se tem hoje,  as garantias legais, o exemplo de pessoas famosas e de destaque que assumem publicamente essa condição, faz com que muitos homens e mulheres, que já trazem consigo esta tendência, decidam por assumirem-se, por serem quem de fato são - sem máscaras!
Quantos casos não havia no passado de homens e mulheres casados e com filhos mas que levavam um vida dupla? Ou que sofriam depressões e outros distúrbios psicológicos por não poderem ser leais a si mesmos? Ainda hoje quantos "escândalos" não acontecem por que um dos cônjuges surpreende o outro em relações homossexuais (real ou virtualmente...)? Toda essa dor poderia ser evitada se fosse respeitada a natureza íntima de cada um, se as pessoas se olhassem no espelho sem medo, e procurassem se auto-conhecer e sobretudo praticassem a auto-aceitação!
Aceitar-se como é, tendo a certeza de que o Pai não faz distinção de pessoas - Ele nos ama, a TODOS!
O que importa é o amor que espalhamos, é o bem que fazemos, é o quanto crescemos para nos tornarmos pessoas melhores - o que importa é o  CARÁTER, não a sexualidade!
E falando em sexo, o importante é vivê-lo de forma digna, utilizando bem a sua energia, com amor, com respeito, com carinho, sem promiscuidade.  Há casais homoafetivos vivendo relações de amor, respeito, amizade, companheirismo... enquanto há tantas relações ditas "normais" regadas a desrespeito, desamor, infidelidade...
Dia há de chegar em que as pessoas serão respeitadas como são, pelo que são, por aquilo que fazem, que produzem, pelo bem que promovem, e não por sua classe social, cor da pele ou sexualidade...
Para concluir, não posso deixar de transcrever as sábias palavras de Chico Xavier a respeito do tema:
"Não vejo pessoalmente qualquer motivo para criticas destrutivas e sarcasmos incompreensíveis para com nossos irmãos e irmãs portadores de tendências homossexuais, a nosso ver, claramente iguais às tendências heterossexuais que assinalam a maioria das criaturas humanas. Em minhas noções de dignidade do espírito, não consigo entender porque razão esse ou aquele preconceito social impediria certo numero de pessoas de trabalhar e de serem úteis à vida comunitária, unicamente pelo fato de haverem trazido do berço características psicológicas e fisiológicas diferentes da maioria. (...)"

Que o Amor sobreviva a todo preconceito!



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